Observatório do audiovisual potiguar

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Os festivais de cinema surgem como a principal ferramenta para a promoção das produções audiovisuais locais, representando um dos pilares essenciais na cultura cinematográfica brasileira. Ao proporcionarem a celebração da diversidade cultural e unirem os diversos atores do cenário cinematográfico, esses eventos ganham destaque, conforme afirma a Agência Nacional de Cinema (ANCINE), considerando-os como “uma das maiores vitrines de produção audiovisual brasileira”. Nesse contexto, no estado do Rio Grande do Norte, onde 97,1% das produções audiovisuais são destinadas a festivais e mostras de cinema (Coelho, 2019), a relevância desses eventos se destaca, sendo realizados anualmente em diferentes localidades, como FINC, em Baía Formosa; Festival de Cinema de São Miguel do Gostoso, em São Miguel do Gostoso; Cine Verão, em Natal e Curta Caicó, em Caicó.

Figura 1: Mapa do Rio Grande do Norte com cidades que sediam festivais/mostras | Fonte: Mapas para colorir – adaptado pela autora (2023)

Em uma pesquisa conduzida pelo Guia Kinoforum(1), no período de 2016 a 2021, o Rio Grande do Norte destacou-se como um dos estados nordestinos com maior frequência na realização de eventos dedicados ao audiovisual, apresentando uma variedade de modelos de festivais e mostras.

Gráfico 1: Quantidade de festivais entre os anos 2016-2021 | Fonte: Autora (2023)

Apesar do Rio Grande do Norte ser um dos estados do nordeste que mais produz eventos voltados ao audiovisual, é possível perceber que há vários desafios que demandam atenção e análise. A infraestrutura limitada exerce impacto direto na organização de festivais de cinema, especialmente pela escassez de espaços de exibição apropriados e a pouca infraestrutura em transporte público, afetando diretamente a visibilidade e a participação do público. Outro desafio encontrado pelos realizadores é a limitação no financiamento voltado para esses eventos.

Diante desses desafios, estratégias para promover a sustentabilidade econômica são imperativas. A diversificação de fontes de financiamento, incluindo patrocinadores locais, empresas nacionais, órgãos governamentais e parcerias com organizações culturais e educacionais, emerge como uma abordagem crucial. Incentivos fiscais, subsídios governamentais e programas educativos são elementos essenciais para integrar a comunidade na sustentabilidade econômica dos festivais de cinema no Rio Grande do Norte, assegurando seu papel na promoção da diversidade cultural e cinematográfica regional.

Por fim, os festivais de cinema no estado desempenham um papel vital na promoção da cultura local e no fortalecimento da identidade regional. Superar desafios como a infraestrutura limitada e os entraves financeiros requer uma abordagem colaborativa e inovadora. Ao integrar a participação das comunidades locais, diversificar fontes de financiamento e implementar estratégias sustentáveis, os festivais podem não apenas superar obstáculos, mas também se tornar impulsionadores do desenvolvimento cultural e cinematográfico na região, construindo um cenário mais inclusivo e representativo.

(1) http://www.kinoforum.org.br/guia/panorama-do-audio-visual-apresentacao

Referências:
Morettin, Eduardo. Cinema e Mercado: Panorama do Audiovisual Brasileiro Contemporâneo. Editora Senac São Paulo, 2004.

Aires, Janaine. Lazaro, Alexsandro. Festivais e mostras de cinema no Rio Grande do Norte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021.

Gomes, Diego. Festivais de cinema do Rio Grande do Norte: Um estudo sobre o fomento à produção audiovisual potiguar. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023.

Por Laís Ralline de Lima Silva
Graduanda em Comunicação Social – Audiovisual na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

COMO CITAR: SILVA, Lais Railline de Lima. As oportunidades e desafios na realização de festivais de cinema no Rio Grande do Norte: uma observação regional. Natal: Observatório do Audiovisual Potiguar, 2025.

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